RICARDO da FONSECA | Do FACEbook |
É engraçado que existe todo um sistema de "coaching" e de doutrinação que trabalha nas pessoas a ideia de que devem persistir frente aos obstáculos "para atingirem" seus objetivos.
Como se os objetivos das pessoas precisassem ter obstáculos. Se eles existem - os obstáculos -, grande parte deles é resultado de um Estado formado por canalhas que não investe na ampla criação de oportunidades para os indivíduos.
Como se os objetivos das pessoas precisassem ter obstáculos. Se eles existem - os obstáculos -, grande parte deles é resultado de um Estado formado por canalhas que não investe na ampla criação de oportunidades para os indivíduos.
Ninguém quer ser Bill Gates.
O que as pessoas no Brasil querem é ter a sua oportunidade de estudar, de fazer uma universidade, de conquistar um emprego que lhe dê sustento com dignidade. Ou mesmo abrir seu negócio, explorando sua vocação.
E é tudo isso que o Estado não oferece, fazendo com que grandes jovens com vocação para a medicina precisem tentar durante anos passar em um grupo de provas que não prova nada. Simplesmente porque esse Estado não investe na criação de oportunidades.
Um Estado que faz com que grandes jovens com vocação para as artes precisem mendigar apoios culturais de empresas que só patrocinam seus apadrinhados. E frustrados, se auto-doutrinem para "persistir".
Um Estado onde o empreendedor gasta mais do seu bolso do que fatura - se for levado em conta os anos de trabalho, renúncia e dedicação.
Um estado que torna invisíveis jovens criativos da periferia que gastam suas energias em sobreviver, quando poderiam gastar a energia criativa que possuem em construir algo relevante para si mesmos e para a sociedade...
Ensinar a persistir em um país que tem todas as oportunidades intencionalmente abafadas e reprimidas pelo Estado deveria ser considerado crime.
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