MIRO LOPES | Do FACEbook | Sem poesia, nem porrada

MORREU UM POETA E AMIGO QUERIDO, BRUNO CATTONI
 (Cláudio Renato Passavante)

SEM POESIA, NEM PORRADA
Simplesmente os recados foram dados
Que não temos nada a ver com isso
Que percorremos quase todos os ninhos
Sem nos acharmos nascidos
Que molestamos quase todo mundo
Sem obtermos calor, ou menos perigo
Que somos pó em plena vida
Sem a ele termos sido reduzidos
Simplesmente pó, sem poesia, nem porrada
               (Bruno Cattoni)
Bruno Cattoni foi o paraninfo da minha formatura sem diploma. Foi meu editor na Última Hora e endossou a decisão de Elda Priami me permitir assinar um espaço que tinha sido de Stanislaw Ponte Preta, Carlos Imperial e Clóvis Schnaider (desses dois últimos eu tinha sido ghost-writer). E de Nelson Rodrigues e João Saldanha, reeditados por ordem de Milton Coelho da Graça. E batizou o espaço, 'Fair play'.
Eu era ledor de seu pai, o arquiteto e cronista Marcos Vasconcellos, na revista Senhor, então editada por seu criador Nahum Sirostky. Viveu naquela época a angústia provocada pelos sequestro de sua mãe. Também enfrentava a tortura de uma doença. Poetou e resistiu bravamente.
Tinha a leveza da poesia que permeia os corações e as almas. Tinha a disposição do repórter que se encorajava diante dos desafios. Era gentil, tenso, inquieto, intrépido. Quase 20 anos depois, o encontrei na TV-Globo, numa homenagem ao Tim Lopes. Foi a oportunidade de lhe agradecer tendo como testemunha William Bonner e Geneton de Moraes Netto. Quero crer que o não menos Claudio Renato Passavante que eu ainda não conhecia estava junto.
Os poetas e os guerreiros de verdade terão sempre um lugar garantido ao lado do Pai. Vá em paz, não descanse, faça um sarau de poesia para quem de receber e serão muitos.
"Soletrei tantos alfabetos que nem mais me comunico
Sobra a palavra amor." (Bruno Cattoni)

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