RICARDO Da FONSECA | Do FACEbook | O caso da Netflix


"Agora virou moda empresas punirem quem praticou 'assédio'. Fazem isso por causa do público, da opinião pública, não porque sejam contra essa prática - que na maioria das vezes já era de conhecimento delas. Se a imprensa não vazasse esses fatos, elas manteriam essas pessoas aonde estão."

Sim. Duas reflexões importantes: primeira, o papel da boa imprensa. Quando apura uma denúncia com responsabilidade, isenção e muita prudência, a imprensa presta um serviço à sociedade que nenhum outro instrumento é capaz de prestar. Daí a necessidade de uma imprensa correta e independente.
A segunda reflexão é que sim, as empresas e corporações fazem "vista grossa" a práticas recrimináveis de seus funcionários, contratados e diretores. Isso é uma prática antiga e não se resume aos casos de abuso. Tudo que aparentemente não impacta na linha de produção, no lucro ou em como as empresas são vistas no mercado, inclusive na Bolsa de Valores, não é alvo de preocupação das empresas. Daí a necessidade de o mercado (=nós, consumidores) nos posicionarmos face à essas questões de abuso e outras práticas humilhantes e degradantes. Toda vez que compramos de uma empresa que pratica algo repugnante ou que ignora práticas internas repugnantes, estamos dando à ela uma cartão verde para que se mantenham agindo como agem.
Pode parecer que não temos influência nas decisões de uma empresa, mas o caso da Netflix mostra claramente o contrário: a empresa, prevendo e temendo a repercussão negativa dos fatos relatados a respeito do ator K. Spacey. se antecipou e o demitiu da série que é protagonista. Se uma empresa como a Netflix, praticamente única no mercado de filmes em streaming toma essa decisão, imagina o que farão as empresas que possuem uma enorme quantidade de concorrentes. É importante que todas as empresas tenham seu departamento de "boas práticas" de mercado, no qual casos de humilhação, exploração e abuso deverão levados à ele para que tomem as devidas providências.
Se esperarmos que o empresário dê o primeiro passo, possivelmente ele não será dado, visto que via de regra as diretorias estão tão distantes do dia a dia humano das empresas que muitas vezes nem sabe da existência de determinados fatos. Outra vezes, sabem e por uma cultura de mercado ultrapassada, fazem "vista grossa".
É por isso, sim, que devemos dar a nossa contribuição e escolher com cuidado as empresas que são fornecedoras dos produtos que consumimos.
parabéns não é para a Netflix. O parabéns é para o cidadão, que aos poucos vai percebendo a força e influência que tem.
Ou que pode ter, se sair da sombra.

Ricardo Da Fonseca

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