BRUNO QUINTELLA | Do FACEbook | Uma das maiores besteiras que já ouvi

“Pai é quem cria... Uma das maiores besteiras que já ouvi foi essa, dizer que pai ou mãe são pessoas que criam os filhos. Criar é muito fácil e não falo apenas na questão semântica, mas no sentido de gerar. Criar uma vida é gerá-la no sentido biológico, por isso todos nós fomos criados assim. Portanto pai não é quem cria, mas quem cuida. Pai é quem cuida.”
E foi assim que um pastor evangélico da Igreja Universal de São João Del Rey abriu o culto semanal – e eu já tinha ciência de que era uma das coisas mais bonitas que já tinha ouvido da boca de um religioso. Isso foi há cinco anos. Já tinha ouvido homilias interessantes em algumas igrejas católicas e testemunhos encorajadores nas messiânicas, mas foi no sermão de um pastor no pequeno templo improvisado nos fundos de uma garagem, cadeiras de plástico – e um altar sob o estrado montado para a celebração dos domingos – que me fez pensar sobre terminologia vocabular e psicanálise, claro. E que expulsou meu preconceito em relação ao público frequentador e às palavras superficiais que julgaria ouvir naquela ocasião. Errei.
Não, não me converti a nenhuma religião – já faz algum tempo que minha fé não faz baldeação – mas a lembrança hoje dessa passagem me fez pensar sobre a diferença entre criar e de cuidar. Criar ideias, promessas, e… expectativas, assim como os que criam pessoas, como disse o pastor, é muito fácil. Na política, criam-se campanhas eleitoreiras inclusive, com o duvidoso intuito de se comprometer em cuidar das pessoas: dos cidadãos, das crianças, dos velhos e dos fiéis seguidores. Mas a notícia é velha: política não é religião. E por esse motivo, os que criam eleitores mas não cuidam de pessoas não podem ser chamados nem tratados como autoridades, pois lhes faltam responsabilidade.
Criar não é cuidar.

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