JOSÉ REIS CHAVES |O Tempo | A BÍBLIA NÃO É A PALAVRA DE DEUS, MAS A PALAVRA SOBRE DEUS


A Bíblia é um tratado sobre Deus interpretado segundo as
doutrinas judaico-cristãs. A Teosofia é também um tratado sobre
Deus, mas numa visão universal sobre Deus. Podemos dizer
também que a Bíblia é uma narração sobre Deus, o homem e os
nossos deveres para com Deus e os nossos semelhantes. Mas a
visão das doutrinas judaico-cristãs sobre Deus, nosso
relacionamento com Ele e nosso próximo, muitas vezes, está
“vencida”, pois as nossas crenças em Deus e nas doutrinas
religiosas são das coisas que mais evoluem.
O deísta crê em Deus, mas não em revelações e rituais ou
cerimônias religiosas. Ele não tem religião. Já o teísta acredita
em Deus, nos preceitos e rituais de uma religião seguida por ele.
E há o agnóstico, o qual é neutro com relação à existência de
Deus. Ele não afirma que Deus existe, mas também não nega a
sua existência. Deus é um ser desconhecido por ele. E isso até
lembra um pouco o Deus de são Paulo que disse, no Areópago,
que o Deus dele era desconhecido. (Atos 17: 23).
Por ser Deus um Ser infinito, com nossa inteligência finita, é-nos
impossível conhecermo-lo tal como Ele é. Devemos, pois, ser
comedidos em falarmos sobre o que Deus é. Mas o que os
teólogos cristãos antigos mais fizeram foi definir Deus em
detalhes. E, assim, ensinaram erros. Por exemplo, a
antropomorfização de Deus, caracterizando-o como um ser
humano e mitológico. E o pior é que alguns desses erros são,
em pleno Século 21, ainda considerados como verdades
dogmáticas e intocáveis por uma grande maioria dos teólogos
cristãos, com exceção dos teólogos espíritas. E justificam sua
crença afirmando erradamente que os teólogos antigos eram
infalíveis nas suas decisões teológicas. Será que os de hoje são
totalmente sinceros?

Jesus Cristo foi quem mais nos ensinou sobre o que é realmente
Deus. Aliás, Ele é denominado de o Verbo de Deus, quer dizer a
palavra de Deus. E merece destaque este seu ensino: Deus é Pai
Dele e Pai de todos nós. Por isso, é claro que Jesus é nosso
irmão. E é nosso irmão maior e modelo, no sentido de sua
grande perfeição espiritual e moral. Ao ressuscitar ou aparecer
para Maria Madalena, vejamos o que Ele lhe disse: “... não me
detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com
os meus irmãos, e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para
meu Deus e vosso Deus.” (São João 20: 17). Essa passagem
bíblica, além de nos demonstrar que Deus é, figuradamente,
nosso Pai, e que Jesus é nosso irmão como ser humano que é,
demonstra-nos, também, que Jesus não é Deus. De fato, se não
fosse assim, haveria mais de um Deus, o que seria totalmente
contra o monoteísmo, o principal ensino do excelso Mestre.
Também de Paulo lemos: “Porquanto, há um só Deus e um só
mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” (1
Timóteo 2: 5).
Respeitemos, pois, a Bíblia que nos fala verdades muito
importantes sobre Deus, Jesus e nós, através de espíritos
iluminados encarnados e desencarnados. Mas eles, por não
serem infalíveis, escreveram também nela contradições e erros
absurdos que não podem ser atribuídos a Deus.
Por isso, corrijamos a afirmação de que a Bíblia é a palavra de
Deus, substituindo-a por esta: A Bíblia é a palavra sobre Deus! 

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