MIRO LOPES | Do FACEbook | Crise? Deu mal. Para o cliente!

>
>

Donos de bares e restaurantes que costumo, hoje, frequentar parcimoniosamente - como o Armazém Maravilha (Gamboa), Gato de Botas (Vila isabel) e Raiz Bar (Praça Afonso Pena/Tijuca) vem reclamando da crise, que, por certo, também afetou a clientela, drasticamente reduzida, nos últimos dois anos. Pelo FACEbook, amigo virtual e colega real, lança um SOS em favor do centenário Bar do Luiz (Rua da Carioca) que está quase à míngua. Observo o funcionamento dos lugares que frequento para molhar a palavra e forrar o esqueleto (Salve, Roy Sugar!) e teço minhas considerações, quase sempre as mesmas, diretamente aos proprietários, ou seus prepostos, tentando colaborar no sentido de que continuem resistindo como o #BRAvoPovoBRAsileiro vem resistindo a afamada (nunca no melhor sentido) crise.

A um deles, que tem um belo espaço desocupado, procura uma utilidade para ganhar algum a mais com o lugar. Sugeri que pedisse a quem tiver poder de transferir Lula-lá-ladrão do SPA da Superintendência da Polícia Militar (em Curitiba), que o transferisse para lá. Imaginei aquela cambada de vagabundo concetrada a frente do restaurante e quando não estivessem enchendo o saco, estariam comendo e bebendo, e mais do que isso devolvendo em despesas, parte da propina (que eles recebem como pagamento para fazer baderna na cidade dos outros) que  todos os brasileiros tem direito, já que os assaltados fomos nós. Brincadeira?! Sério, tanto este último dito, como a sugestão. A crise passaria ao largo e Lula teria menos culpa no cartório por essa ajuda  a um trabalhador. Dono de restaurante, gente, também trabalha. E dá emprego.

A crise é um fato. E mantendo o papo em nível gastronômico, segue a dança.

O Cosmopolita é um restô quase centenário. São 92 anos de tradição. Fica na Lapa, na Travessa Mosqueira, uma pequena  via, hoje mais do que nunca, cheia de mendigos e crackeiros , colado ao extinto Asa Branca de boas lembranças, que também sob sua marquise larga e cercada, abriga crackeiros e mendigos .  Conta o cronista maior, Marceu Vieira, no Guia dos Botequins (e restaurantes, claro!), que na época em que o Rio de Janeiro foi a capital federal, o diplomata brasileiro Oswaldo Aranha –  que presidiu a sessão da ONU que criou do Estado de Israel (1947/1948) - frequentador assíduo do Cosmopolita, invariavelmente, pedia Filé-mignon (grelhado ) coberto de alho frito, arroz, farofa e batata portuguesa. A pedida virou a peça de resistência do cardápio da casa, especializada, na verdade em comida portuguesa e gerenciada por um espanhol.

Foi baseado nessa tradição - a fama do Filé OsWaldo Aranha atravessou fronteiras, - levei um casal amigo lá.  Naturalmente, para conhecerem a tradicional comidaria. Não era mais com filé mignon e, sim, com contra-filé. Substituimos então o pedido por um churrasco. Segunda decepção. Pareciam uns bifes solados, sem qualquer suculência. Vinha arroz, feijão, farofa e batata portuguesa, a única iguaria degustada com prazer. Por fora pedi, molho à campanha. O chope, também destaque da casa, estava em falta.  Decepções dessa ordem são 'confortadas' com a desculpa da crise. Pior, desculpa não conforta, principalmente porque restaurante vive de comida e bebida e esses item não podem ser piores do que o atendimento, o preço e a crise.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ALEXANDRE CERCHIARO | Do FACEbook | Tripé Macroeconômico

JORGINHO DO IMPéRIO: alegre, sorrindo e cantando

MIRSON MURAD | Notícia em Análise | SUPER NOJENTO! PERSEGUIÇÃO IMPLACÁVEL