MIRO LOPES | @pullitzer | Naquele tempo...



Nos meus tempos de criança, em Uruguaiana, fronteira com a Argentina, onde fica a internacional Ponte da Amizade, que liga a cidade à Pasos de los Libres, como creio fosse em todo o País, comício era uma festa. O palanque, as gambiarras, as carrocinhas de pipoca e os vendedores de amendoim torradinho (como cantava Angela Maria) e o alto-falante. Os grandes comícios, aqueles que envolviam disputadas majoritárias, atraiam todos os moradores da região. Vestíamos roupa de domingo, como se fôssemos à missa.
Normalmente, os comícios noturnos aconteciam, como parece acontece até hoje, no final da semana (sexta e sábado, principalmente). Foi num desses comícios, entre um intervalo do pique-esconde no meio da multidão, que vi Brizola vendendo seu peixe para governador, ladeado por Alberto Pasqualini que tinha grande prestígio político no Estado. Duas figuras que ficaram na minha infante memória. Comício realmente era uma festa do interior.

Adversários de todas as correntes estavam presentes para se inteirar do que seus adversários tinham a dizer. 'Ninguém matava, ninguém morria' durante esses eventos. Pelo mesmo os entreveros de espalhar brasa e polícia pra tudo que era lado, não se registravam nesse momento quase sagrado. O que explodia era a alegria. A criançada se divertia como se fosse numa quermesse, ou como uma trupe circense estivesse anunciando "Hoje tem espetáculo". Atualmente, a política sim se transformou num circo de horrores. Já se faz até 'veloriomício' fora de época de eleição. Se faz campanha direto do presídio. Condenado tem voz para defender, com o endosso ou omissão da Justiça, seus cúmplices de corruPTção.


Naquele tempo, eleição, o grande momento, era uma festa maior. Uma festa cívica de que toda a família se orgulhava em participar. Até há pouco tempo do alto de seus 90 anos, minha mãe, vestia seu tailleur inglês (parecia, literalmente, a rainha da Inglaterra) para votar. Naquele tempo, havia a esperança de que as coisas seriam melhores. E eram. E foram, até que os aficionados pelo poder e dinheiro resolveram impor sua ganância e transformar o sonho de democracia numa corrida pelo 'eldorado' que só o crime pode levar. E tanto fizeram, em nome da democracia que legaram ao País, 24 anos de regime militar. Regime este que veio para colocar as coisas nos seus devidos lugares. Não para interferir por tanto tempo, não fosse a ganância pelo dinheiro e poder dos hoje facilmente identificados como PTralhas, que barbarizaram, principalmente no Rio/São Paulo, com sequestros, assaltos a bancos, estabelecimentos comerciais e à clientela – como fazem bandidos, – espalhando o terror nas ruas e provocando os militares, que perceberam a real intenção desses criminosos. Alguns foram presos e, certamente torturados, e muitos militantes desapareceram no vão da estupidez dos falsos defensores dos pobres e desamparados.

Na verdade, tudo em nome de um plano criminoso do poder que se impôs, após o fim do regime militar, por 18 anos e três mandatos e meio. Mesmo quando esse perigoso inimigo, a quem cabe a manter a Ordem e a Lei, devolveram o poder, promovendo uma abertura ampla, geral e irrestrita, os baderneiros movidos pela ganância retomaram as manifestações e passeatas fajutas para ludibriar incautos, aliciar inexperientes e promover a baderna, tudo em nome de uma democracia que não é a essência do ideário comuna-nazifascista que pregam carregado de ódio e preconceitos.


As eleições permitem que em nome dessa 'democracia' se forme uma grande fumaça para embaçar seus verdadeiros propósitos da 'esquerda' criminosa de tornar esse País numa ditadura cruel e sanguinária como a que os PTralhas acusam, acusaram e sempre acusarão os militares de terem imposto a tirania, embora as eleições em nível municipal tivessem sido mantidas.

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